terça-feira, 26 de junho de 2012

ATIVIDADE DE PORTUGUES

Adjetivo
Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza                                         o substantivo, indicando-lhe qualidade, estado, modo de ser ou aspecto.
Ex.: neve branca; cidade moderna.
Classifica-se em:

- Simples: quando apresentam um único radical.
Ex.: comida saborosa.
- Composto: quando apresentam mais de um radical.
Ex.: programa sociocultural.
- Primitivo: quando não provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: inimigo leal.
- Derivados: quando provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: calça esverdeada.

Locuções Adjetivas
Locução adjetiva é a expressão formada de preposição + substantivo
(ou advérbio), com valor de adjetivo.

Noite de chuva (chuvosa)
Atitudes de anjo (angelical)
Pneu de trás (traseiro)
Menina do Brasil (brasileira)
Lista de locuções adjetivas acompanha-
das dos adjetivos correspondentes:

Locução adjetiva   Adjetivo correspondente
De abdômen            abdominal
De ouro                     dourado
De mãe                     materno
De pai                                  paterno
De aluno                  discente
De anjo                     angelical
De irmão                  fraterno
De boca                    bucal, oral
De boi                                  bovino
De cabelo                 capilar
De campo                 rural
De cavalo                 equino
De chuva                  pluvial
De cidade                urbano
De estômago            estomacal
De leão                     leonino
De ovelha                 ovino
De paixão                passional
De rim                                 renal

Quanto ao gênero, os adjetivos também podem ser uniformes e biformes. Assinale a alternativa em que os dois adjetivos são uniformes:                 
a) gentil,  carinhoso.                 c) alegre, feliz
b) estudioso,  capaz.                 d) corajoso, brincalhão




EXERCÍCIOS


1-  Na vertical, há os substantivos. Na horizontal, os adjetivos. Os adjetivos poderão servir ou não para os substantivos. Se o adjetivo for adequado ao substantivo, marque com o X .
       
     Adjetivos

Substantivos
  estreito
   largo
   fino
cheiroso
  curto
comprido
    alto
leve
Rua








Cadeira








Tecido








Casa








Muro








Escola








Travesseiro








Mochila








Uniforme








Amigo









2- Observe: O professor          comunicativo, moderno, extrovertido, elegante.
Agora continue:
Um advogado ____________________________________________________________
Um lavrador     _____________________________________________________________
Um jogador de futebol ______________________________________________________
Um médico ______________________________________________________________
Um aluno __________________________________________________________________

3- Selecione, entre os adjetivos destacados no banco, dois que serviriam para os
substantivos seguintes. Se necessário, ajuste-os quanto ao gênero (masculino ou feminino).


   Banco dos adjetivos:  trágico – lento – suave – fácil – rígido – difícil – raro –
   monótono - calmo – amável – bom – saudável – prevenido – irrequieto – sincero – fiel –
   invejoso – mau – famoso – nervoso – bravo – macio – repugnante – poluído –
   agitado – tranquilo  - interessante.

animal                  ________________________e ______________________
mosca                   _______________________ e ______________________
ambiente              ________________________e ______________________
homem                 ________________________e ______________________
filme                     _______________________  e ______________________
telenovela             ________________________e ______________________
coração corpo       ________________________e ______________________
voz                       ________________________ e ______________________
problema              ________________________ e ______________________

  4- Leia as expressões:      “ Uma lenda peruana...”
                                           “ Um cozinheiro mexicano...”
As palavras peruana e mexicano são adjetivos que se referem a pessoas provenientes
de determinados países. Esses adjetivos são chamados de ADJETIVOS PÁTRIOS. 
Continue formando a lista dos adjetivos pátrios.
Minas Gerais – mineiro
Acre – acreano
São José __________________________      Bélgica ____________________________
Londres ___________________________      França _____________________________
São Paulo (estado) ____________________   São Paulo (capital ) ____________________
Rio Grande do Norte ___________________   ou __________________________
Rio de Janeiro ________________________  ou __________________________
Rio Grande do Sul ______________________  ou __________________________

5- Leia o poema:


    Canção do Menino                        Para cada substantivo grifado atribua dois adjetivos:
        Maria Dinorah
  Para falar a verdade                          ______________________ e __________________           
  nunca tive pijama                               ______________________  e __________________
  para quê?                                            ______________________ e __________________
  Se nunca tive cama.                           ______________________ e __________________.

  Verdade, verdade                   
   nunca tive brinquedo,                                                                      
  apenas tive medo.

PROPOSTA DE NARRAÇÃO PARA O DIA 25/06


Narração (com exemplos)
Características:
Situa seres e objetos no tempo (história).
Estrutura:
- Introdução: Apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espaço.
- Desenvolvimento: Através das ações das personagens, constrói-se a trama e o suspense que culmina no clímax.
- Conclusão: Existem várias maneiras de se concluir uma narração. Esclarecer a trama é apenas uma delas.
Recursos:
Verbos de ação, discursos direto, indireto e indireto livre.
O que se pede:
Imaginação para compor urna história cativante que entretenha o leitor, provocando expectativa. Pode ser romântica, dramática ou humorística.
A narrativa deve tentar elucidar os aconteCimt0s, respondendo às seguintes perguntas essenciais:
O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(n) a história;
QUEM? - a personagem ou personagens;
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência
QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos;
POR QUÊ? - a causa do acontecimento


.Observe como se aplicam no texto de Manuel Bandeira esses elementos:
Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar urna surra, um tiro, urna facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e inteligência , matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontra-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.

Manuel Bandeira
O quê? Romance conturbado, que resulta em crime passional.
Quem? Misael e Maria Elvira.
Como? O envolvimento inconsequente de um homem de 63 anos com uma prostituta.
Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários outros lugares.
Quando? Duração do relacionamento: três anos.
Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.

Quanto à estruturação narrativa convencional, acompanhe a sequência de ações que compõem o enredo:
Exposição: a união de Misael, 63 anos, funcionário público, a Maria Elvira, prostituta;
Complicação: a infidelidade de Maria Elvira obriga Misael a buscar nova moradia para o casal;
Clímax: as sucessivas mudanças de residência, provocadas pelo comportamento desregrado de Maria Elvira, acarretam o descontrole emocional de Misael;
Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira assassinada com seis tiros.

SEGUEM ALGUNS MODELOS
O dia que virou um dia
Os primeiros raios de sol, brandos como um leve toque, anunciam um novo dia de uma preguiçosa segunda-feira. Maria acorda, ingere algum pão e café, despede-se da família e se põe a caminhar em direção ao ponto de ônibus. Não tão longe dela, José executa as mesmas ações, porém, não se sabe se desperdiçou os mesmos momentos de adeus.
Maria cumpre mais uma jornada de trabalho e, cansada, roga a volta a casa. Entra então, em um lotação, cujos passageiros a rotina á a fez conhecer. José, bandido inveterado, passa o mesmo dia a caminhar, tramar e agir. Todavia, finda-se a data para ele também e, não estando satisfeito com as finanças adquiridas, envolve-se em dantescos pensamentos.
Vem lá o transporte com Maria. O mesmo é avistado pelo marginal, que logo conclui seu plano iminente de execução. E o faz. O aceno com a mão indica ao motorista que pare o veículo e o deixe entrar. As vistas de Maria mudam imediatamente de direção e cruzam-se com as de José. Este segue, como quem mede os passos, ao encontro daquela. Fita-lhe mais uma vez os olhos e estende-lhe os braços. Aquelas magras mãos tocam a moça e, brutalmente, puxam-na para o mais perto de si: tem uma refém.
José anunciou o assalto e obrigou o condutor a parar o cano. Endiabrado, mostra a sua arma e faz com que Maria a sinta na nuca. O tumulto chama, com brevidade, a atenção do povo e, consequentemente a da polícia. E nesta hora que começam algumas negociações. Com prontidão chega a imprensa, que transforma José em o José. bem como Maria em a Maria.
Passadas já muitas horas, o bandido põe em prática um novo plano: tentar sair do ônibus com a sua refém. Ouve-se um tiro, que atinge Maria. Vendo que iria ser baleado, José dispara mais três tiros de sua arma, que ferem mortalmente as costas da moça. O criminoso é dominado e posto na viatura, onde sorrateiramente morre. A defunta vira manchete, heroína. Passa-se uma semana e aquela foi apenas mais uma segunda-feira em uma grande metrópole.
Diógenes Darce C. de Lima

Além do espelho, lembranças
Um dia, quando encerrava meu trabalho, fixei a atenção em um simples objeto dc minha sala. Caminhei, paulatinamente, ao seu encontro e, à medida que me aproximava, sentia meu ego explodir em sensações indescritíveis.
Ali, diante dele, parei. Meu reflexo testemunhava as marcas do passado e trazia, à tona, as lembranças da infância e da adolescência. As imagens, agora, misturavam-se, comprometendo minha lucidez. Senti meu corpo flutuar e minha visão apagar-se, de forma que eu me concentrava em recordações, apenas.
Assim, momentos depois, revia meus irmãos e vizinhos correndo em volta da mesa, mamãe fazendo o jantar, papai lendo o jornal, os cães brincando no jardim e, também, meus amigos de colégio, antigos casos amorosos.
Recuperei o bom senso, por um instante, mas não durou mais que isso, pois, novamente, brotam outros pensamentos: o nascimento dos filhos e a ascensão profissional.
Minutos depois, tudo acabara. Diante de mim havia só um espelho, cujo reflexo já não era de um cenário fantasioso de minha mente.
Luana Stephanie de Medeiros
Uma lição de vida

Lembro-me de uma manhã em que descobri um casulo na casca de uma árvore, no momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei algum tempo, mas estava demorando muito e eu tinha pressa.
Irritado e impaciente, curvei-me e comecei a esquentá-lo com o meu hálito. E o milagre começou a acontecer diante de mim num ritmo mais rápido que o natural. O invólucro se abriu e a borboleta saiu, arrastando-se. Nunca hei de esquecer o horror que senti: suas asas ainda não estavam abertas e todo o seu corpinho tremia, no esforço para desdobrá-las.
Curvado por cima dela, eu a ajudava com o meu hálito. Em vão. Era necessária urna paciente manutenção e o desenrolar das asas devia ser feito lentamente ao sol. Agora era tarde demais. Meu sopro obrigava a borboleta a se mostrar, antes do tempo, toda amarrotada. Ela se agitou desesperada e, alguns segundos depois, morreu na palma de minha mão.
Acho que aquele pequeno cadáver é o peso maior que tenho na consciência. Hoje, entendo bem isso: é um pecado mortal forçar as grandes leis.
Não devemos nos apressar, nem ficar impacientes, mas seguir confiantes o ritmo eterno.
Nikos Kazantzakis